A Fundação Bienal de São Paulo anuncia a abertura da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, com projeto arquitetônico e expográfico desenvolvido pelo escritório de arquitetura Vão. Com 121 participantes, a 35ª edição reafirma sua tradição de colocar a cidade de São Paulo no centro das atenções da arte contemporânea pelos próximos três meses. Sobre o projeto curatorial, você pode encontrar mais informações aqui.
A partir de 6 de setembro, aproximadamente 1.100 obras dos 121 participantes estão em exibição no Pavilhão do Parque Ibirapuera. Após uma extensa pesquisa sobre as urgências dos nossos tempos, os curadores afirmam: “Nosso objetivo foi criar uma edição sem categorias ou estruturas limitadoras. Essa visão nasceu em nossa equipe curatorial, onde abraçamos um sistema descentralizado, afastando-nos das normas tradicionais. Escolhemos conscientemente não ter um curador-chefe, buscando dissolver estruturas hierárquicas. Nossa lista abrange um amplo espectro de formas artísticas e vozes de vários territórios ao redor do mundo. Então, a pergunta que permanece é: como as impossibilidades de nossa vida cotidiana refletem na produção artística? As coreografias do impossível nos ajudam a perceber que diariamente encontramos estratégias que desafiam o impossível, e são essas estratégias e ferramentas para tornar o impossível possível que encontraremos nas obras dos artistas”. A lista completa de participantes está disponível aqui.
A respeito desta primeira Bienal de São Paulo pós-Covid, José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, complementa: “É com convicção que afirmo que uma Bienal com características tão marcantes e desafiadoras nos dá a oportunidade de alcançar outros patamares de percepção do mundo. Encontramo-nos em um momento verdadeiramente singular. O mundo atual clama por soluções para questões urgentes, e a capacidade da arte em nos estimular a encontrar algumas dessas respostas é notável, como demonstra a 35ª Bienal de São Paulo.”
Um novo trajeto
Além do fechamento do vão central do segundo andar, a 35ª Bienal apresenta uma novidade: uma proposta inovadora de percurso. Os visitantes poderão seguir diretamente do primeiro andar – chamado de andar verde – para o terceiro andar – ou andar azul –, utilizando as icônicas rampas internas do Pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, e finalizar o trajeto no segundo andar (roxo), utilizando os acessos externos. A intenção dos arquitetos responsáveis, do grupo Vão, é criar uma nova dinâmica para o espaço, explorando e desafiando a obra modernista. “Desde o princípio, nossa intenção foi conceber um projeto que se situasse entre o desejo de não reproduzir a coreografia espacial anterior e a necessidade de não impor uma coreografia totalmente nova, desvinculada das lógicas internas. Nossa abordagem consistiu em dialogar com a estrutura existente e as possibilidades disponíveis. Isso implicou não apenas a atenção na reutilização de materiais remanescentes de exposições passadas, mas também a criação de espaços com base nos elementos construtivos que moldam o próprio Pavilhão.”
Programação pública
Como parte da experiência enriquecedora proporcionada pela 35ª Bienal, foi meticulosamente elaborada uma programação pública que abrange uma variedade de elementos, incluindo apresentações musicais, ativações de obras, performances, encontros com artistas e mesas de discussão.
A primeira semana da mostra, de 5 a 11 de setembro, será marcada por eventos como a mesa de abertura com os curadores, Gladys Tzul Tzul e Leda Maria Martins, bem como performances de Aline Motta, Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda., Ana Pi, Benvenuto Chavajay, Guadalupe Maravilla, Luiz de Abreu, Rubiane Maia e Will Rawls. Além disso, serão realizadas ativações na obra de Ibrahim Mahama, envolvendo tanto os artistas da exposição quanto os curadores. A obra Sauna Lésbica também terá sua ativação, acompanhada por palestras, conversas e uma festa. Outras atividades incluem um workshop com Tejal Shah, ativações nas obras de Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, ativação da obra de Denise Ferreira da Silva, com presença de Sadiya Hartmann, uma palestra sobre Wilfredo Lam ministrada por Jacques Lenhard, e um concerto com Niño de Elche. Mais informações e inscrições podem ser feitas aqui. Veja abaixo o que será preparado para o público ao longo dos três meses de exposição:
Performances e ativações de obras
As participações de Aline Motta, Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda., Ana Pi, Benvenuto Chavajay, Davi Pontes e Wallace Ferreira, Denilson Baniwa, Guadalupe Maravilla, Inaicyra Falcão, Luiz de Abreu, Marilyn Boror Bor, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Niño de Elche, Ricardo Aleixo, Rubiane Maia, Sauna Lésbica, The Living and the Dead Ensemble, Ventura Profana e Will Rawls envolvem a realização de performances e ativações ao longo de todo o período expositivo.
Acompanhe a programação em 35.bienal.org.br/agenda
Mesas e oficinas
Para esta Bienal, a programação de conversas e oficinas é bastante intensa e importante. Não deixe de conferir as atividades que envolvem convidados especiais no auditório do Pavilhão e nos espaços das obras de Cozinha Ocupação 9 de Julho – MTSC, Denise Ferreira da Silva, Denilson Baniwa, Ibrahim Mahama, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, e na Sauna Lésbica.
Programa de ativações da equipe de educação
Os encontros contam com diversas atividades, como conversas com convidados, coreografando novos movimentos da publicação educativa, além de ativações de obras da exposição e visitas temáticas.
A programação pública da 35ª Bienal é apoiada pela Open Society Foundations.
Histórias da Bienal
A Bienal reafirma seu compromisso em estender sua programação para além do Pavilhão. Em uma colaboração conjunta entre a Fundação Bienal de São Paulo e o canal Arte1, com apresentação da Bloomberg, o programa Histórias da Bienal está pronto para apresentar uma série de relatos inéditos ao público em geral. Com 6 episódios de meia hora cada, o programa aborda temas que vão desde a criação da Bienal, a relação entre arte e política, a participação de povos originários nas exposições até o papel dos curadores na arte contemporânea e a presente edição.
A série estreia dia 3 de setembro no Arte1, com lançamentos semanais, e também pode ser vista, a partir dessa data, no Arte1 Play, no YouTube da Fundação Bienal e no espaço de estudos da 35ª Bienal, no terceiro pavimento. Além disso, o material será continuamente utilizado pela equipe de educação da Fundação Bienal em ações de difusão.
José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal, expressa o significado dessa iniciativa: “O meio audiovisual continua sendo uma das maneiras mais eficazes de se conectar com o público, e aqui na Bienal temos muito a compartilhar. Somos um dos eventos culturais mais reconhecidos globalmente e detentores do título de segunda Bienal mais antiga do mundo. Possuímos um estoque abundante de histórias a serem compartilhadas, as quais, sem dúvida, despertarão a curiosidade e o orgulho do público em relação à trajetória singular da Bienal e sua significância, e esperamos que, também, sirvam como um convite a visitar a 35ª edição da mostra.”
Publicações
O catálogo da 35ª Bienal possui 352 páginas e abrange textos e imagens das obras dos 121 participantes desta edição, incluindo contribuições exclusivas dos artistas, bem como ensaios escritos por autores convidados e pelos curadores. O guia da 35ª Bienal, composto por 288 páginas, também reúne textos e imagens das obras dos participantes, e está disponível para compra na Livraria da Travessa e na Loja da Bienal, localizadas no térreo. Adicionalmente, o fôlder-mapa, fornecido gratuitamente no balcão de informações do térreo, contém o mapa da exposição juntamente com informações úteis aos visitantes.
Este ano, a Bienal introduz uma novidade igualmente gratuita: a distribuição mensalmente atualizada da agenda de programação pública, publicação criada dada a importância dos eventos que acompanham esta edição. Compõem o rol de publicações lançadas o segundo movimento da publicação educativa da 35ª Bienal, que será lançado no dia 14 de setembro às 19h em conversa aberta com a artista Rosana Paulino. Intitulado meu modo de pensar é um pensar coletivo / antes de estar em mim, já esteve nelas, o segundo movimento conta com contribuições de Rosana Paulino, Sueli Carneiro, Geni Núñez e Kênia França, bem como de artistas participantes desta edição.
Visitas mediadas
Em uma experiência de visita mediada, um profissional da Bienal atua como um guia que não apenas explora as obras em exposição, mas também cria um diálogo enriquecedor com os visitantes, estabelecendo uma genuína troca de conhecimentos e percepções. As visitas mediadas desdobram-se em uma variedade de abordagens: podem ser agendadas previamente para grupos, realizadas de maneira espontânea nos horários designados ou até mesmo iniciadas pelos próprios visitantes, que têm a oportunidade de se dirigirem aos
mediadores nos espaços dedicados à intermediação. Saiba mais sobre o programa de mediação aqui.
A Bienal em áudio: audioguia inclusivo da 35ª Bienal
Com vozes de Dandara Queiroz, Isa Silva, Luanda Vieira, Renan Quinalha e Stephanie Ribeiro, o audioguia inclusivo da 35ª Bienal passa por vinte obras que compõem a mostra. Ao seguir o percurso proposto – desde a obra Parliament of Ghosts [Parlamento de fantasmas], de Ibrahim Mahama, na entrada da exposição, até Outres, de Daniel Lie, no andar roxo –, o visitante será guiado por todo o Pavilhão.
Cada uma das faixas apresenta histórias relacionadas às obras e comenta os processos dos participantes. Como é um audioguia inclusivo, ele também está disponível em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os conteúdos podem ser acessados pelo site 35.bienal.org.br/audioguia ou pelos QR Codes disponibilizados nas legendas das obras selecionadas.
Acessibilidade e inclusão
Além das visitas mediadas e do audioguia da 35ª Bienal, há outras iniciativas de inclusão, todas planejadas com o apoio da consultoria especializada em acessibilidade Mais Diferenças. Textos em braile e em fonte ampliada A Fundação Bienal preparou um percurso acessível para pessoas cegas e com baixa visão, que pode ser complementado por textos curatoriais e textos sobre as obras impressos em braile e em versão com fonte ampliada e contraste. Basta procurar os espaços de educação – mediação para ter acesso ao material.
Maquetes táteis
No espaço de educação – mediação do andar verde, o visitante encontra maquetes táteis do Parque Ibirapuera e do Pavilhão Ciccillo Matarazzo para auxiliar na compreensão das dimensões do edifício.
Cartaz e plantas táteis
Em cada andar, o visitante encontra uma planta tátil do espaço e versões táteis do cartaz da mostra, desenhado pela artista Nontsikelelo Mutiti.
Acessibilidade física
A Bienal conta com elevadores, rampas de acesso, banheiros adaptados e sistema de sonorização de emergência. Além disso, cadeiras de rodas são disponibilizadas para uso durante as visitas – basta pedir a um orientador de público na entrada do Pavilhão.
Guia digital
Para facilitar a experiência de visitação da mostra, a Fundação Bienal firmou uma parceria com a Bloomberg Connects, um aplicativo gratuito com guias para mais de duzentos museus e espaços culturais por todo o mundo. Basta baixar o aplicativo para ampliar sua visita com informações e detalhes sobre esta Bienal, como textos, fotos e vídeos sobre os participantes e suas obras, assistir a vídeos sobre arte contemporânea, descobrir a localização dos participantes na mostra e acompanhar a programação pública.
Vozes Bienal
Com um grupo de 32 embaixadores virtuais, conhecidos como Vozes, a Bienal ecoa seus valores no mundo digital e reflete sobre os assuntos trazidos à tona pelas obras e pelos participantes da mostra. Acesse nossos destaques no Instagram e conheça as Vozes: Ana Carolina Ralston, Ana Hikari, Astrid Fontenelle, Bárbara Alves, Dandara Queiroz, Djamila Ribeiro, Facundo Guerra, Fernanda Simon, Gilson Rodrigues, Isa Silva, Janaron Uhãy Pataxó, Johanna Stein, Kananda Eller, Kevin David, Laís Franklin Vieira, Luanda Vieira, Luísa Matsushita, Luiza Adas, Mari Stockler, Maria Carolina Casati, Maria Prata, Mel Duarte, Paulo Borges, Rachel Maia, Regina Casé, Renan Quinalha, Rita Carreira, Sabrina Fidalgo, Stefano Carta, Stephanie Ribeiro, Thai de Melo, Vivi Villanova.
Campanha publicitária
Com o slogan “Bienal de São Paulo: o ponto de encontro de todos os pontos de vista”, a campanha publicitária da 35ª Bienal de São Paulo, elaborada pela agência DOJO e produzida pela Iconoclast, estará presente em todos os principais meios de comunicação e na cidade. Com o objetivo de destacar o Pavilhão como um espaço de encontros diversos, a campanha utilizará a linguagem em primeira pessoa das redes sociais (o POV) para ilustrar como a mostra acolhe uma ampla variedade de interações com a arte.
Sobre a Fundação Bienal de São Paulo
Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência na América Latina (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.
Serviço
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
6 setembro – 10 dezembro 2023
ter, qua, sex, dom: 10h – 19h (última entrada: 18h30); qui, sáb: 10h – 21h (última
entrada: 20h30)
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Parque Ibirapuera · Portão 3
Entrada gratuita